Um veranista, feliz por ter chegado o seu tempo de férias, empreendeu longa viagem em busca de merecido descanso. Tudo andava bem, até que o carro enguiçou num lugar isolado, longe de qualquer povoado. Sem outra alternativa, voltou até uma vila mais próxima, caminhando vários quilômetros. Felizmente, no posto de gasolina, havia um guia telefônico junto ao telefone público e ele localizou uma autossocorro numa cidade próxima, distante uns 30 quilômetros. Quem atendeu ao telefone foi o Zé. Dadas as explicações e a localização do carro, o mecânico falou:
- Não tem problema! Não atendo aos domingos, mas em meia hora estarei aí.
Aliviado pela solução encontrada, começou a preocupar-se com a conta a ser paga, que deveria ser alta, num socorro especial.
Não demorou e chegou o caminhão-guincho. Quando o homem desembarcou para consertar o carro, o veranista percebeu que ele andava com aparelhos na perna e com ajuda de muletas. Ele era paraplégico.
- É somente a bateria descarregada - observou. - O fio-terra está desligado. Conserto em seguida e dou uma carga na bateria, para que possam viajar tranquilos.
O mecânico trabalhava com muita alegria, assobiava e fazia brincadeiras com as crianças da família. Quando tudo estava terminado, o veranista perguntou sobre os custos.
- Oh, nada! - respondeu o homem, para surpresa de todos.
- Mas eu quero pagar seu serviço.
- Não! - disse ele. - Muitos anos atrás, alguém me ajudou a sair de uma situação pior do que esta, quando perdi as minhas pernas, e o sujeito me disse apenas para "passar isso adiante". Portanto, você não me deve nada. Apenas lembre-se, quando tiver uma chance, "passe isso adiante".
A lição dessas férias foi inesquecível. A família teve uma experiência de um Deus-amor. Precisamos uns dos outros. Não se pode viver na autossuficiência, dispensando os outros da caminhada da nossa vida pessoal.
( História retirada do livro " E a vida nos ensina...", de Pe. Adalíbio Barth)